Mau funcionamento do intestino x qualidade de vida: entenda a relação
Para muitas pessoas, passar alguns dias sem ir ao banheiro pode ser inofensivo. No entanto, esse pode ser um dos sintomas de mau funcionamento do intestino… e pode impactar diretamente sua qualidade de vida.¹
Afinal, um mau funcionamento do sistema gastrointestinal pode causar desde uma constipação até uma diarreia, ambas condições indesejadas e muito incômodas. ¹
Além disso, quando o intestino não funciona bem, outros sistemas e órgãos do nosso corpo podem acabar sofrendo com as consequências. Sem contar na sua influência na saúde mental.¹
Portanto, se você sente que algo pode estar errado no fluxo natural do seu organismo, chegou a hora de conhecer os sintomas de mau funcionamento do intestino e como eles podem afetar seu dia a dia.
5 sintomas de mau funcionamento do intestino
Apesar de serem muitos os motivos que podem resultar em um mau funcionamento do intestino, quando esse cenário se estabelece, os sintomas são difíceis de ignorar.
Afinal, muitas vezes os sintomas podem afetar nosso dia a dia, diminuindo a nossa qualidade de vida.¹
Abaixo, estão alguns dos sintomas que a Sociedade Brasileira de Coloproctologia considera como alerta de mau funcionamento do intestino.¹
1. Azia e vômitos
A azia, também conhecida como queimação, é um dos sintomas de mau funcionamento do intestino mais sutis, o que pode levar a crer não haver perigos por trás dele.¹
No entanto, quando a azia é uma sensação constante, esse pode ser um sinal de que o sistema gastrointestinal não está bem.
Da mesma forma, a náusea ou o vômito também podem ser um indicativo, por isso, caso esteja acontecendo frequentemente, o ideal é procurar por uma avaliação médica para garantir que o sintoma não está relacionado a um mau funcionamento do intestino.¹
2. Sensação de estufamento
O estufamento é uma sensação de inchaço, um sintoma de mau funcionamento do intestino que pode ser muito desagradável e até mesmo causar dores.¹
Geralmente, o estufamento acontece quando há alguma alteração na movimentação natural dos músculos do sistema gastrointestinal ou quando há excesso de gases.²
Por ser muito comum, relatado por cerca de 16 a 30% das pessoas que estão enfrentando distúrbios intestinais, muitas vezes o sintoma não é levado a sério.²
O que pode ser um grande erro, visto que o inchaço pode acontecer por questões de alimentação, como a intolerância a alguns alimentos, mas também pode estar relacionado a condições médicas mais graves, que devem ser diagnosticadas e tratadas.
3. Dor abdominal e cólicas
A dor é um dos sinais mais claros que o organismo humano apresenta para demonstrar que algo pode estar fora do usual.
No caso do mau funcionamento do intestino, é preciso ficar atento às dores abdominais e cólicas, pois elas podem indicar desde um quadro de prisão de ventre até condições graves, como o câncer colorretal.¹
4. Diarreia ou intestino preso
Não há nada mais claro de um mau funcionamento do intestino do que uma constipação ou uma diarreia, não é?¹
Afinal, quando a ida ao banheiro se torna diferente do habitual, só pode ser um sinal de que algo não vai bem.
Por isso, entre os sintomas de mau funcionamento do intestino, caso você passe por quadros de prisão de ventre ou doenças diarreicas é preciso ficar atento.¹
5. Sangue nas fezes
Por fim, um dos sintomas de mau funcionamento do intestino mais evidentes e graves é o sangramento. Se você percebe sangue nas fezes ao ir ao banheiro, é indispensável procurar por um atendimento médico.¹
Em alguns casos, o sangramento pode não ser aparente, o que prejudica o diagnóstico precoce em caso de condições de saúde mais sérias.
Por isso, é muito importante manter os exames em dia para identificar qualquer possível alteração no sistema gastrointestinal.
Agora que você conhece os sintomas que podem indicar um mau funcionamento do intestino, vamos a alguns tópicos normalmente associados a essa questão.
Colesterol e funcionamento do intestino: qual a relação?
Quando falamos em colesterol, principalmente o LDL, conhecido popularmente como ruim, logo pensamos em uma série de riscos e pontos negativos, certo? E, de fato, é mesmo perigoso.
Mas, o que nem todos sabem é que o colesterol também possui funções importantes no organismo.³
Uma das que podemos citar, por exemplo, é sua ação na formação dos ácidos biliares, substância que auxilia no processo de digestão.³
No entanto, apesar de ser útil e muito importante, em alguns casos, o colesterol pode estar ligado ao mau funcionamento do intestino.³
Isso acontece porque é no fígado que acontece a produção dos ácidos biliares. Assim, quando a produção ocorre, essa substância é levada para a vesícula e, posteriormente, para o intestino.³
Nesse momento, os ácidos biliares atuam no processo da digestão. Assim, quando o fluxo intestinal acaba, parte dos ácidos biliares são eliminados junto às fezes.³
O que faz com que o organismo precise reunir mais colesterol e levá-los ao fígado, para que a produção da substância ocorra novamente.³
Dessa forma, um intestino em bom funcionamento ajuda na eliminação do ácido biliar e, consequentemente, no controle do colesterol, já que eles são retirados da corrente sanguínea para uma nova produção.³
No entanto, quando há um mau funcionamento do intestino, automaticamente reduz a eliminação do colesterol, o que pode ser arriscado para a saúde.³
O mau funcionamento do intestino causa dor de cabeça?
Apesar de não ter uma relação direta, pode acontecer do mau funcionamento do intestino e as dores de cabeça se tornarem condições associadas, afinal, existe um eixo cérebro-intestino que não pode ser ignorado.4
Assim, o funcionamento desequilibrado do sistema gastrointestinal pode resultar em sintomas que abrangem desde as dores abdominais e o inchaço, até o mau humor e a dor de cabeça.4
Dessa forma, se você está enfrentando dificuldades de ir ao banheiro, a irritabilidade pode levar a um quadro de enxaqueca, por exemplo.
Do mesmo modo, se você está empenhando muita força para evacuar, em caso de constipação, isso também pode levar à cefaleia.4
Nesse cenário, por mais que não se possa afirmar que a dor de cabeça e o mau funcionamento do intestino possam estar associados, pois também podem ser condições de causas distintas, apenas um médico pode chegar a um diagnóstico preciso.4
O que acontece quando o intestino para de funcionar?
Como vimos, o corpo dá sinais de mau funcionamento do intestino que devem ser observados com atenção.
Quando mesmo com todos os sintomas, a pessoa não entende que algo não vai bem, e não busca ajuda médica, o resultado pode ser muito negativo. Você já se perguntou o que acontece quando o intestino para de funcionar?
Esse quadro é chamado obstrução intestinal, que acontece quando as fezes não conseguem seguir seu fluxo natural pelo sistema digestivo.5
Assim, por não serem eliminadas, as fezes, fluidos, ácidos gástricos e gases acabam presos no organismo, resultando em:5
- aumento da pressão intestinal que pode levar a uma ruptura do órgão;
- desidratação e falência renal;
- complicações graves, como infecção generalizada;
- morte de parte do tecido intestinal, fazendo o órgão parar de funcionar.
Assim, além de ficar atento ao mau funcionamento do intestino para evitar complicações que podem colocar sua vida em risco, você também pode contribuir para a saúde intestinal com cuidados diários, como:5
- aumentar a ingestão de água; 5
- manter uma alimentação saudável; 5
- parar de consumir alimentos processados e industrializados; 5
- evitar o uso excessivo de antibióticos e soluções laxativas; 5
- cuidar da saúde mental e controlar o estresse; 5
- consumir probióticos para melhorar a flora intestinal. 5
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Referências
2 Agrawal A, Whorwell PJ. Review article: abdominal bloating and distension in functional gastrointestinal disorders - epidemiology and exploration of possible mechanisms: REVIEW: BLOATING AND DISTENSION IN IBS. Alimentary Pharmacology & Therapeutics. 2007;27(1):2-10.
3 Cohen DE. Balancing cholesterol synthesis and absorption in the gastrointestinal tract. J Clin Lipidol. 2008;2(2):S1-3.
4 Ozan ZT, Tanik N, Inan LE. Constipation is associated with tension type headache in women. Arq Neuro-Psiquiatr. 2019;77(3):161-165.
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